James
Mark Sutton Thorp, o James Thorp, filho de ingleses, empresário e dirigente
esportivo. Torcedor do Santa Cruz Futebol Clube, do Recife, nasceu no dia 19 de
dezembro de 1933.
Muitas
vezes era visto passeando de bicicleta, toda enfeitada de fitas vermelha, preta
e branca, além da fâmula tricolor do seu clube esportivo do coração. Quando
ainda jovem assistia aos jogos do Santa Cruz acompanhado do Francisco, mordomo
da família, e torcedor do clube. Recebeu convite do dirigente Aristófanes de
Andrade para ajudar financeiramente o clube e nunca negou. Ficou estarrecido ao
saber que no clube só tinha três pratos e três talhares para alimentar todo
elenco de jogadores e eles faziam fila de três em três para almoçar. James
Thorp aumentou seu apoio financeiro. Comprou mais alimentos, pôs os salários
em dia. E começou a formar um elenco com atletas da região. Era identificado
pelos torcedores como "Seu Jimmy", "o inglês", "o
galego". Bem vestido, com um carrão do ano, fumando charuto, galego e de
olhos azuis, aquele homem jamais poderia ser um simples torcedor do Santa Cruz,
o time do povão de Pernambuco.
Sua
trajetória no Arruda começou em 1969, como diretor de futebol, permanecendo no
cargo até o final do ano de 1970. Foi presidente do Santa Cruz no biênio
1971/72, e presidente do Conselho Deliberativo entre 1973/74. No ano de 1971
foi acertada a realização da Minicopa do Brasil, e Recife seria uma das
cidades-sede. Faltava um estádio. James Thorp era o presidente do Santa Cruz,
assumiu e garantiu a ampliação do Arruda. Conseguiu financiamento no Banco
Industrial de Campina Grande, e a obra foi realizada pela empresa Queiroz
Galvão (50%) e a Construtora Loyo (50%). O empréstimo foi totalmente quitado
pelo Santa Cruz. O estádio foi reinaugurado no dia 04 de junho de 1972, no jogo
Santa Cruz 0 x 0 Flamengo-RJ. A presença do mito James Thorpe no Arruda fez com
que, vários tricolores de posse, que tinham vergonha de assumir publicamente a
paixão pelo Santa Cruz se apresentasse como colaboradores, ajudando a
fortalecer as bases de sustentação financeira do clube.
Depois de 1973 James Thorp foi se afastando do
futebol. Faleceu na manhã do dia 23 de março de 1994, aos 61 anos. À noite,
jogaram Brasil x Argentina no Arruda lotado. Não foi prestado o minuto de
silêncio que o inglês merecia. No seu enterro estavam presentes os filhos, a mulher,
o motorista da família, um torcedor e vários amigos dele. Dona Carmen, a viúva,
sensibilizada pelo ato de compaixão do solitário torcedor, mandou o motorista
trazer toda a roupa do falecido e fez uma doação ao humilde torcedor. Segundo Thomas Thorp, filho de James Thorp, a ordem
para vetar o minuto de silêncio partiu de Ricardo Teixeira e João Havelange. Essa atitude até hoje é incompreendida já que
os dois dirigentes da CBF viviam na casa de James Thorp em busca de recursos financeiros.
Mesmo sem a homenagem oficial os torcedores do Santa Cruz que estavam presentes
no jogo da Seleção Brasileira fizeram um minuto de silêncio reverenciado o
grande James Thorp.
Com informações de onordeste.com e do filho de James Thorp, Thomas Thorp.
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