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terça-feira, 15 de novembro de 2011

EU, A GRANDE FINAL E OS CAMBISTAS

Ontem à tarde fui ao Arruda para tentar – uso esse termo porque já sabia que seria difícil – comprar meus ingressos da grande final. Dei de cara com uma bilheteria vazia, nenhum movimento, um péssimo sinal. Fui ao guichê e me informaram que o ingresso de meia-entrada – sou professor e tenho direito a esse ingresso – já havia acabado. Na frente da bilheteria, acintosamente, um bando de cambistas vendia o ingresso que eu queria com o acréscimo de 15 Reais. Uma pessoa que perambulava por lá me esclareceu que os ingressos de meia-entrada estavam sendo postos à venda aos poucos: “Amanhã cedo tem mais” disse-me um simpático cidadão.

Pois bem, hoje, logo cedo, voltei ao Arruda. Desa vez um grande movimento, fila enorme, mesmo grupo de cambistas rondando o ambiente, entrei na fila. Quando chegou minha vez, uma bilheteira, ABSURDAMENTE estúpida, não quis me vender mais de um ingresso – estava com a carteira da minha esposa que também é professora e tem direito – dizendo que eram ordens da direção. Tentei argumentar, mas ela, com uma grosseria homérica, manteve-se irredutível. Desiste, então, de ver o meu time jogar. No jogo da subida passei pelo mesmo problema mas, eufórico, paguei o dobro do preço do ingresso num cambista. Dessa vez, usei a razão, e decidi não ser roubado.

Antes de ir embora, observei atento que vários cambistas entravam várias vezes na fila da meia-entrada e compravam mais de um ingresso. Quando o segurança percebeu que eu estava olhando com cara de “brabo” - tenho 1,91m e eles não sabem que não sou de briga – fez um sinal pro cambista – conhecidíssimo no Arruda – e ele disfarçou dirigindo-se à bilheteria da geral como se fosse comprar essa modalidade de ingresso. Já estava com os bolsos cheios de meias-entradas. Um vendedor de espetinhos que estava do meu lado falou para eu não criar problemas porque os cambistas são violentos e não vale o risco. O tal cambista que eu observei no guichê passou a me encarar com cara de “eu posso e tu não pode, mané”.

Por que isso acontece? Porque quem é responsável pelo setor de arrecadação do Santa Cruz sabe que a torcida vai de qualquer jeito, eles sabem que o estádio estará lotado mesmo maltratando o torcedor. Eu estarei em casa, com o rádio ligado, torcendo muito pelo meu clube. À noite estarei no show de Ringo Starr comemorando o título do Santa com minha bandeira. Nada mais há que se dizer!